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Rebouças

Postado por - Newton Duarte

O "Xerife". Este zagueiro foi um dos maiores jogadores da história do Bahia. Possuía boa estatura (1.86), temperamento forte e um estilo viril (mas elegante ao mesmo tempo). Defendeu a equipe baiana de 1963 a 1967 (contratado do rival Vitória) e durante quase toda a década de 70. Era capitão da equipe e ajudou o Bahia na conquista de sete campeonatos baianos.

Nascido na cidade baiana de São Félix, Roberto Rebouças iniciou carreira de profissional do futebol defendendo as cores do São Cristóvão. Mudou para o rubronegro Vitória e, quando o Bahia precisou dele em 1963 para compor sua melhor zaga, investiu o necessário e o contratou. Além de pagar um bom dinheiro, o clube baiano de Osório Vilas Boas ainda incluiu na negociação o atacante Didico, que começava a se destacar pelo time tricolor no campeonato estadual.

Como todo craque que se preza e é inteligente, Roberto Rebouças nunca foi de levar desaforos para casa. Também entendia que, num clube de futebol, se o treinador não sabe mais que o jogador ou não sabe se impor, quem acaba sendo o patrão é o presidente. E assim era Roberto, a muralha baiana.

Em 1964 Roberto Rebouças já andava fazendo das suas. Conseguiu se impor em campo, como verdadeiro líder e capitão do time, jogando dois anos sem qualquer problema. No começo da temporada de 65, resolveu brigar, logo com o patrão. Não chegou aos finalmente com o presidente Osório Vilas Boas porque a “turma do deixa disso” interferiu.

No turno final do campeonato de 1965, apenas o Bahia dificultava a vida do Vitória, que contava com Mário Sérgio em excelente forma. Ao Bahia faltava a liderança de Roberto Rebouças e um atacante capaz de enfrentar os zagueiros do Vitória, em todos os sentidos. Os dirigentes do tricolor fizeram tudo para contornar a briga entre Roberto Rebouças e Osório e convencer o jogador a voltar ao clube e ao time para tentar resolver a situação.

E, pasmem, Roberto Rebouças foi convidado para voltar e para jogar como centroavante, que era o setor fraco do Bahia. O tricolor de aço tinha que ganhar o segundo turno para tentar decidir o título com o Vitória, campeão do primeiro. Roberto Rebouças, meio que desajeitado, enfrentou a zaga vitoriense e o Bahia ganhou o jogo por 2 a 1, ganhando também o segundo turno.

Mas o Bahia acabaria ficando sem Roberto Rebouças na decisão. Houve até quem afirmasse, na época, que os “santos baianos” contrariaram João Saldanha, que costumava dizer que, “se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado.” Pois, no jogo em que o Bahia ganhou por 2 a 1 e ficou com o título do segundo turno, e o direito de decidir o título do campeonato, Roberto Rebouças, muito voluntarioso, acabou fraturando a tíbia e o perônio, e ficou fora da decisão. O Vitória ganhou o jogo – o Bahia sem Roberto Rebouças – e foi campeão estadual daquele ano.

Roberto Rebouças, zagueiro de excelente estatura (1,86 m) era capitão e líder do Bahia. Dono de futebol refinado (lembrando muito Damasceno, do Ceará e Roberto Dias, do São Paulo), jogava com classe e categoria, mas, quando era preciso, chegava junto. Com ele, passava a bola ou o jogador adversário. Nunca os dois juntos.

Roberto ainda chegou a jogar no futebol paulista, mas por muito pouco tempo. Voltou ao seu Bahia, mas não teve muita sorte e acabou sofrendo uma nova grave contusão, ficando quase um ano fora dos gramados. Mesmo assim, ainda foi bicampeão baiano em 1970 e 71; pentacampeão baiano em 1973, 74, 75, 76 e 77, quando resolveu parar de jogar, aos 39 anos de idade.

"Eu sempre tive uma ligação muito grande com a torcida tricolor, que sentia minha vontade e garra de jogar, e ganhar", afirma Roberto Rebouças Boas lembranças e histórias ele tem muitas para contar. Como a decisão de 1976 contra o rubronegro Vitória: "Eles ganhavam de 1×0. Tinham um pênalti à favor e Romero tinha sido expulso. Eu estava na reserva, entrei e ajudei o time a virar o jogo, partindo para a conquista do título estadual daquele ano".