Esporte Clube Bahia :: Ídolos :: Jorge Augusto Ferreira de Aragão

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Beijoca

Postado por - Newton Duarte

Jorge Augusto Ferreira de Aragão, o Beijoca, foi o grande centroavante do Bahia e símbolo da torcida nos anos 70. Ele era grande, desengonçado, violento, nervoso, boêmio, mas era raçudo e marcava gols como poucos. 12º maior artilheiro da história do clube com 106 gols, é considerado um dos jogadores mais folclóricos do futebol brasileiro.

Um dos mais irreverentes, controversos, polêmicos e apaixonantes personagens da história do Esporte Clube Bahia. É a melhor definição sintética da trajetória gloriosa no clube de Jorge Augusto Ferreira de Aragão, imortalizado para sempre sob a alcunha de Beijoca.

Beijoca entrou para a história do Esquadrão de Aço principalmente pelos gols, 106 em seis anos de clube. Mas não só por causa deles. A polêmica marcou a vida do atacante. Dentro de campo, por causa das brigas com adversários, árbitros e pelo jeito aguerrido, que acabaram sendo fundamentais para a criação de uma empatia e identidade enormes com a Nação Tricolor.

Fora das quatro linhas, pelas farras. E não foram poucas. Boêmio, Beijoca não tinha jeito e nem juízo. Aprontava mesmo e, apesar das confusões e das puxadas de orelha, continuava aprontado. Afinal, nasceu para duas coisas farrear e marcar gols.

Ao contrário dos jogadores ditos barqueiros de hoje em dia, Beijoca, apesar de adorar a vida noturna, dava conta do recado com a bola nos pés. São incontáveis as estórias de fuga da concentração, resgate em casa noturna por dirigentes, brigas…

Mas nada disso impedia que o craque entrasse em campo no dia seguinte e dignificasse a camisa azul, vermelho e branca que vestia com muita raça, orgulho e, principalmente, amor.

A idolatria da torcida ele retribuía com raça, sangue, suor, lágrimas e beijinhos nas comemorações dos tentos daí o apelido, Beijoca.

Ele era um jogador que o povo tricolor amava. E isso fica nítido na música líder das paradas de sucesso da Fonte Nova à época do artilheiro Eu quero ver Beijoca jogando bola, eu quero ver Beijoca bola jogar, era o grito uníssono da galera antes da bola rolar.

Após o jogo e as vitórias proporcionadas pelo matador, principalmente em Bavis, Beijoca literalmente caía nos braços do povo e comemorava os triunfos descendo a ladeira do Otávio Mangabeira abraçado aos torcedores.

A paixão da Nação Tricolor pelo craque se explica. Apesar de frios, os números, paradoxalmente, são decisivos para a compreensão do fenômeno Beijoca do Bahia. Foram sete anos de clube (69, 70, 75, 76, 77, 78 e 84), cinco títulos baianos (70, 75, 76, 77, 78) e 106 gols, o que fazem de Beijoca o 11º maior artilheiro do Bahia em todos os tempos.

Ser Bahia, ter esse sentimento no peito, ouvir o coração pulsar e saber que aquilo acontece, em grande parte, por causa desse clube extraordinário, é algo indescritivelmente maravilhoso, divino. Tenho muito orgulho de ser, antes de tudo, torcedor tricolor